Queimadas ameaçam Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, em Goiânia

G1 - http://g1.globo.com/ - 06/08/2017
Reserva tem cerca de 5 mil hectares e abriga 485 espécies de plantas e 290 de animais. Capim braquiária é um dos maiores inimigos.



As queimadas estão ameaçando o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, em Goiânia. A área, que tem cerca de 5 mil hectares, é considerada o pulmão da capital. Ela abriga 485 espécies de plantas e 290 de animais, algumas delas até com risco de extinção.

Em uma das queimadas, em 2010, o fogo destruiu 50% da reserva. A suspeita é que tudo começou por uma queima provocada por um agricultor. Atualmente, muitas árvores do parque estão secas e acabam caindo.

"Nós estamos vendo a cada ano o parque sendo destruído" disse o delegado do Meio Ambiente, Luziano Carvalho.

Até 1992, a área era uma fazenda. Com isso é encontrado o capim braquiária, usado para a pastagem do gado. Com a morte das árvores, ele acaba se espalhando ainda mais. No período de seca, ele aumenta o risco de propagação de chamas.

"Retiraram o gado, mas o capim ficou. Isso aqui é um terro para as queimadas. E em todos os parques, o capim está entrando. É preciso combater, senão o fogo vai queimar o parque", disso o produtor e ambientalista Guy Brasil Cavalcante.

Ele conta ainda que não há no cerrado animais nativos que comam o capim. Uma solução apontada por ele seria colocar gado em algumas áreas. Porém, esses animais são proibidos dentro das reservas.

"O capim está aqui, já existe, não temos como combater. Então, tem que colocar o bovino ou fogo controlado. Não adianta esperar um milagre ou uma utopia. Tem que combater", disse.

A administração do Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco informou que investe na roçagem do capim e faz o plantio de espécies nativas nos mesmo locais. "Essa estratégia cumpre algumas funções: promover a recuperação da vegetação nativa e eliminar o principal problema para o parque, que é o capim braquiária", disse o gestor do parque.

Para os produtores rurais, a indicação é que sejam feitas queimadas com autorização do órgão ambiental responsável, e de forma adequada. Caso contrário, o risco de dano ambiental é grande. "A pessoa coloca o fogo com a intenção de queimar só uma área, mas perde-se o controle e, de repente, queima 15 alqueires. Aí é uma tragédia. Hoje, 90% das queimadas são causas humanas, por imperícia, negligência", concluiu o delegado do Meio Ambiente.



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