Barra do Rio Mamanguape promove educação ambiental

ICMBio - http://www.icmbio.gov.br/ - 10/07/2015
Cerca de 200 estudantes de Rio Tinto já foram recebidos


A Área de Proteção Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape, unidade de conservação administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) localizada em Rio Tinto (PB) já atendeu somente este ano, em parceria com a Associação de Artesãos Condutores de Ecoturismo da região, cerca de 200 alunos de escolas públicas e privadas, do ensino fundamental e médio, em ações de educação ambiental fora da sala de aula.

Segundo Thalma Grisi, chefe substituta da APA, a grande maioria dos estudantes vai visitar a Unidade de Conservação com o objetivo de conhecer de perto o Projeto Peixe-Boi-Marinho, desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio), cuja base fica localizada na praia da Barra do Mamanguape, no litoral sul paraibano.

"A base do projeto faz parte da estrutura da Unidade de Conservação, de modo que alunos, turistas brasileiros ou estrangeiros, são recebidos pela Associação e têm acesso à exposição de esqueletos de baleias, golfinhos e peixes-boi, além de receberem informações básicas sobre os animais que ali vivem", explica Grisi.

Logo em seguida, todos são conduzidos de barco, pelo rio Mamanguape, para conhecer o peixe-boi, que é ápice do passeio. "Quando as escolas solicitam palestras mais técnicas, os analistas ambientais da APA também são convidados", explica a chefe substituta.

Ação na área urbana

O trabalho de educação ambiental, no entanto, não se restringe à base do projeto Peixe-Boi Marinho. A APA da Barra do Rio Mamanguape vem buscando estender sua ação educacional, inclusive contando com o auxílio de voluntários, do Programa de Voluntariado do ICMBio, também na área urbana.

No início de junho, por exemplo, Na ocasião, a equipe da Unidade de Conservação, em parceria com a Prefeitura Municipal de Rio Tinto e estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), promoveu o I Dia do Meio Ambiente da cidade, na Praça João Pessoa, município paraibano de Rio Tinto, e que contou com uma programação bastante diversificada.

Segundo Thalma Grisi, as ações realizadas foram voltadas para a educação ambiental de aproximadamente 200 crianças, estudantes de cinco escolas de ensino básico e fundamental.

"A criação desta data simbólica, em homenagem ao Meio Ambiente, foi sugerida pela Prefeitura Municipal, e apesar de ainda não ter sido instituída, oficialmente, aproveitamos a ocasião para sensibilizar as crianças, sobre a importância da preservação ambiental. É importante que os jovens conheçam nossa fauna e flora, e além disso, aprendam a gostar e as protejam" destacou Grisi.

Entre as atividades promovidas na Praça, estiveram o plantio de mudas e a realização de palestras informativas sobre a UC e o peixe boi marinho. Os voluntários da Apa da Barra do Rio Mamanguape também montaram exposição sobre resíduos sólidos, enfatizando a importância da reciclagem e a produção de móveis e artefatos feitos com garrafas pets, tecidos, madeiras descartadas e papelão. Uma competição divertida foi promovida entre os estudantes, com o objetivo de coletar a maior quantidade de resíduo sólido existente na Praça.

De acordo com a estagiária da APA, Tamara Brito, cerca de onze sacos de lixo, de 200 litros cada, foram coletados pelas crianças com faixa etária de até 12 anos. "Acredito que a sensibilização dos estudantes, principalmente daqueles que ainda estão na fase da infância, é primordial para que consigamos estabelecer uma consciência ambiental nessas próximas gerações", afirmou.

Parceria APA - Universidade Federal da Paraíba

As crianças que participaram da atividade ainda puderam conferir painéis com os trabalhos de pesquisa sobre resíduos sólidos, paisagens e educação ambiental, que são projetos do Programa Voluntariado da APA, assim como painéis sobre os bichos-preguiça que habitam a Praça João Pessoa cujas pesquisas foram desenvolvidas pela professora de Ecologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Carla Castro, e seus orientandos.

De acordo com a professora, os estudos com as preguiças começaram em 2009, partindo de uma iniciativa de seus próprios alunos, e se estendem até hoje. Atualmente, há pelo menos 13 preguiças habitando as sete figueiras presentes na Praça João Pessoa.

E graças ao trabalho de percepção ambiental desenvolvido por uma de suas alunas, a equipe chegou a um diagnóstico de que forma o comportamento humano influencia no comportamento desses indivíduos.

"Muitos comerciantes, por exemplo, jogavam água fria na cara das preguiças, quando elas caíam das figueiras; isso com a intenção de ajudá-las a despertar. Outros, ao verem um dos bichos no chão, imediatamente os devolviam para as árvores, mas sem saber que as preguiças costumam descer pelo menos uma vez por semana para defecar. Essa interferência acabou fazendo com que algumas delas passassem a realizar as necessidades fisiológicas já penduradas", explica Castro.

Este diagnóstico passou a ser utilizado por outros alunos do curso de Ecologia da UFPB como instrumento de educação ambiental, não só com os comerciantes e moradores da região, mas também com os alunos da Escola Estadual Professor Luiz Gonzaga Burity.

"Nossa parceria, de professores e alunos, com as Unidades de Conservação, é no sentido de gerar dados científicos que ajudem o gestor a tomar medidas de monitoramento, conservação e gestão com base científica. Essa é nossa forma de colaborar com a preservação da natureza", frisa Castro.

O trabalho realizado na Praça João Pessoa conta ainda com o apoio do engenheiro agrônomo da Prefeitura Municipal de João Pessoa, Anderson Fontes, especialista em fitossanidade, que é a propriedade que as plantas e árvores, em geral, tem de se recuperar de pragas e doenças que as atacam.

Sobre a APA da Barra do Rio Mamanguape

A APA da Barra do Rio Mamanguape, criada em 1993, está situada no litoral norte paraibano, nos municípios de Rio Tinto, Lucena, Marcação e Baía da Traição. A Unidade de Conservação tem 14.640 hectares de extensão e dentre seus objetivos de criação está a proteção do peixe-boi marinho, do peixe-mero e do cavalo-marinho, que são espécies ameaçadas de extinção, além de preservar os remanescentes de Mata Atlântica da região.

Peixe-Boi Marinho

O Peixe-boi (Trichechus manatus) está distribuído ao longo da costa dos Estados Unidos ao Brasil, sendo considerado vulnerável à extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).

A subespécie Trichechus manatus manatus ocorre nas regiões Norte e Nordeste do Brasil e é reconhecida como ameaçada de extinção pela IUCN e criticamente ameaçada no país (MMA, 2008).

No Brasil, entre as principais ameaças atuais para a espécie está a perda de hábitat, que tem ocasionado um grande número de encalhe de filhotes, e a captura acidental em redes de pesca.



http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-destaques/6883-barra-do-rio-mamanguape-promove-educacao-ambiental.html
UC:APA

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