Unidades enfrentam desafios

O Tempo - http://www.otempo.com.br/ - 20/03/2016
Administradores reclamam que mesmo cavernas mais visitadas não exploram todo o potencial turístico


Mesmo nas grutas mais conhecidas e visitadas de Minas Gerais - instaladas no interior de áreas de conservação - o potencial turístico poderia ser mais bem explorado, de acordo com os administradores dos locais. Eles reivindicam que os espaços, com cavernas de 600 milhões de anos e sítios arqueológicos importantes, sejam palcos de mais pesquisas e projetos, além de maior fonte de renda para as comunidades. A expectativa é que a Parceria Público-Privada (PPP) para a gestão do Parque Estadual do Sumidouro, do Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato e do Monumento Natural Estadual Peter Lund, anunciada em 2014, gere melhorias nos espaços, hoje mantidos pelo Estado.

Na gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas, na região Central, a quantidade e a diversidade de estalagmites e estalactites - formações de cima para baixo e de baixo para cima, respectivamente - chamam atenção. A estrutura interna foi repaginada no fim do ano passado, depois de ficar fechada entre agosto e outubro para reforma de passarela e corrimão. Apesar de o espaço estar adequado à visitação, a gestora Maria Honorina Pereira Rocha deseja ampliar o potencial do lugar. "Nós nos empenhamos muito para deixar tudo bem-cuidado, mas faltam recursos para fazer coisas diferentes, como projetos de educação com estudantes, e, para isso, recorremos à iniciativa privada. O governo fornece o básico".

Na gruta de Maquiné, localizada no interior do Monumento Natural Estadual Peter Lund, em Cordisburgo, também na região Central, a grandeza dos salões impressiona. Como definiu o escritor Guimarães Rosa, "ali dentro a gente se esquecia numa admiração esquisita, mais forte que o juízo de cada um".

Na caverna não há rampas ou corrimãos, mas o visitante é bem-guiado pela iluminação. A dificuldade, segundo o administrador Mário Lúcio de Oliveira, é manter os reparos necessários em dia. "Com a PPP, a gente espera que a empresa faça de forma mais rápida o que o governo às vezes demora a fazer".

Já a gruta da Lapinha, no Parque Estadual do Sumidouro, em Lagoa Santa, na região metropolitana, tem cara de aventura. Para entrar é preciso usar capacetes por causa do teto baixo. Alguns salões são úmidos devido ao gotejamento constante, e as formações ficam mais próximas aos visitantes. De acordo com Rogério Tavares, a unidade enfrenta desafios, como demora na reposição de materiais, já que para todas as compras é necessária a abertura de licitação.


História

Patrimônio. A Gruta Rei do Mato é a única caverna no mundo em que há duas colunas rochosas lado a lado, apelidadas de Torres Gêmeas. Há pinturas rupestres feitas há cerca de 8.000 anos.


Peruaçu

Norte de Minas. O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Januária, é um exemplo da dificuldade de abertura dos espaços. "Desde que trabalho na área, há 20 anos, a visitação em massa está para ser liberada no parque, que tem cavernas riquíssimas. Não é fácil, mas falta vontade", disse o diretor da Sociedade Brasileira de Espeleologia, Luciano Faria.

Riqueza. O parque conta com centenas de cavernas, e oito delas serão abertas, inclusive a conhecida gruta do Jamelão.


Empresa gestora foi escolhida

A empresa que irá gerir as unidades de conservação por meio da Parceria Público-Privada (PPP) está definida desde o mês de maio de 2015. No entanto, ainda não há previsão para a companhia assumir o trabalho nos parques.

"A empresa já está toda preparada, só estamos aguardando a homologação por parte do governo; são partes burocráticas, normais de licitações", afirmou Rodrigo Gel, diretor da RMG Construções e Empreendimentos, licitante vencedora.

O Instituto Estadual de Florestas (IEF) informou que o processo de licitação está em fase de emissão de nota técnica, em atenção às questões jurídicas apontadas pela Advocacia Geral do Estado (AGE), e que aguarda a conclusão para implementar o projeto.

Segundo o IEF, o principal objetivo da PPP é "garantir padrões elevados de gestão nas unidades". A concessionária será responsável por conservar e monitorar as áreas e implantar infraestrutura de acesso, entre outras intervenções. O governo deve fiscalizar o desempenho da empresa e aprovar as licenças ambientais necessárias, entre outras.


http://www.otempo.com.br/cidades/unidades-enfrentam-desafios-1.1263076
Turismo Ambiental

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Gruta Rei do Mato
  • UC Cavernas do Peruaçu (PARNA)
  • UC Sumidouro
  • UC Peter Lund
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